quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Semeadores de Vida

Antonio Augusto de Sá Neto  



   Estava eu aqui pensando como o ser humano hoje está centrado no negativismo. Como nós colocamos as preocupações materiais em tão grande importância e como a falta de autoconhecimento pesa na alma humana.
   A criatura humana parece que está cega para a beleza que é o espetáculo da vida. Devido ao fato de não conhecer a sua essência divina, prende-se ao finito estreito das satisfações meramente materiais, centralizado na promoção do seu ego, sendo apenas lampejos as manifestações de suas qualidades superiores, como a sabedoria, a benevolência, o idealismo.
  O ser humano se ignora. Coloca todas as suas aspirações na existência terrena, esquecendo que é filho do altíssimo em pleno processo de evolução espiritual rumo a aquisição de valores superiores.
  Com tudo isso podemos ver quanta falta faz ao bem-estar social o fato da criatura humana não saber o que ela é, a sua origem e a sua destinação após a morte.
  Portanto, em face de tais conclusões, nada mais natural que a criatura humana viva desestruturada, seguindo sua vida sem rumo, sem sentido, sem direção, tendo-se em vista a transitoriedade de que se reveste uma encarnação humana.
  Quando o ser humano entende a sua essência divina, há toda uma ressignificação e revisão de valores que fazem a criatura humana mudar o rumo de sua vida. Entende que o que ela fazer de sua encarnação presente terá consequências negativas ou positivas de acordo com o teor de suas ações; entende que o caminho para se realizar como pessoa passa pela busca do seu aprimoramento moral e espiritual; enfim, entende o porquê da máxima do Cristo: "Fora da Caridade não há Salvação"
  Passa a ser uma criatura que sabe cultivar a vida, semear a vida e a esperança às criaturas humanas. Aprende que o amor é característica indissociável da saúde integral e caminha rumo a realizações de alta significação no contexto da vida humana.
  É muito importante para o ser humano a vivência das virtudes, pois elas é quem dão sentido à vida humana, já que desprovido de virtudes o ser humano cultiva tudo que é contrário à promoção da vida, como o ódio, a crueldade, a frieza; enfim, a criatura humana precisa de cultivar virtudes para se ter qualidade de vida nas relações humanas.
  Que possamos todos nós espíritas cultivar a luz que reside em nossos corações, tornando-nos criaturas serenas, sábias, altruístas; verdadeiros semeadores de vida. É o que eu desejo para todos os leitores desse texto. Que a paz de Deus possa reinar em nossos corações.

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não se pode servir a Deus e a Mamon

Antonio Augusto de Sá Neto







  Para o mundo moderno, a tônica da vida é o adquirir bens de consumo, a partir dos quais se poderia alcançar a felicidade. Para esse tipo psicológico é mais fácil atirar-se febrilmente ao trabalho desgastante para se conseguir dinheiro, do que buscar pacificar a sua alma para harmonizar-se e ser feliz.
  Esse tormento se faz tão grande no mundo atual que as crises econômicas atiram as criaturas no fosso do desespero e da angústia, quando tais criaturas poderiam ocupar esse tempo que passas deprimidas e angustiadas no serviço ao seu próximo.
  Com base em tais considerações, dá para se constatar que a mensagem cristã encontra-se totalmente atualizada, quando o Mestre Nazareno afirma: "nem só de pão vive o homem". A criatura humana possui uma infinidade de outras necessidades além das necessidades meramente aquisitivas. Necessidades afetivas, sociais, educativas, instrutivas... enfim há toda uma infinita gama de necessidades humanas fundamentais além das aquisitivas e econômicas, as quais o ser humano se ressente quando não adequadamente preenchidas.
  A necessidade do ser humano receber educação é um bom exemplo. Toda sociedade para ser bem harmonizada se precisa reger em princípios de educação. Uma sociedade que não respeita regras mínimas como regras de trânsito, de higiene, de trato com o semelhante, estará fadada a se ressentir com isso na sua qualidade de vida.
   A necessidade do afeto também é uma necessidade importantíssima, pois um bebê, por exemplo, que não recebe carinho nem afeto pode chegar à morte por anaclisia. O desamor é uma doença que quando se generaliza toma o caráter de chaga social, levando a guerras, violências incontáveis e inúmeros transtornos inteiramente evitáveis.
   Enfim o ser humano precisa conscientizar-se que ele tem outros recursos para ser feliz do que os recursos meramente econômicos e financeiros; recursos como o afeto por si mesmo e pelo semelhante, a esperança, a harmonização interior perante si mesmo, perante Deus, a sociedade, a vida. Tais necessidades precisam ser notadas pois há um ônus muito grande para a criatura humana que se deixa levar por necessidades meramente econômicas.
  A partir de tal conscientização, o indivíduo busca valores éticos para se realizar interiormente buscando dentro dele a sua felicidade, o real lugar onde a mesma se situa.
  O evangelho de Jesus é um excelente roteiro para o ser humano encontrar a felicidade que sempre esteve presente dentro do seu coração e a qual não desfrutamos por desmazelo próprio, pelo simples fato de colocar os tesouros materiais acima dos tesouros do coração. Tais tesouros possuem o marcante fato de serem valiosíssimos e ao mesmo tempo não custarem dinheiro nenhum para se conquistá-los. Conseguiremos esse tesouro interior quando valorizarmos os valores ético-morais.
  Tenhamos certeza de que a humanidade vai dar um salto fantástico na sua qualidade de vida quando priorizar os valores que realmente plenificam e abandonar os valores que somente agitam e desgastam, sem nunca plenificarem. Essa é a grande razão de nós estarmos encarnado no planeta Terra, o verdadeiro sentido da vida. Que a humanidade possa caminhar a passos largos nesse cometimento.
  Que assim seja, que a paz de Deus possa atingir o coração de todos.
  Muita paz.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O cuidado com os nossos pensamentos e ações

  
Antonio Augusto de Sá Neto

   A temática do mundo hoje é a palavra "crise" e "desordem". As situações e ocorrências ruins ganham primazia nos telejornais e demais veículos de comunicação, como se nossa sociedade tivesse adquirido um vício em apreciar situações mórbidas.
   Enquanto isso as notícias boas ficam cada vez mais esquecidas. Num mundo onde se tem lugar para se falar em criminalidade, drogas e terrorismo, fica cada vez mais esquecido o lado bom da vida, que nunca deixou de existir, somente não se está mais lembrado e observado.
   Às vezes fico pensando... tantas ações de caridade sendo feitas hoje... tantas ONGs ecológicas e filantrópicas... tantas pessoas envolvidas em ações cidadãs; será que isso não tem capacidade de sensibilizar os olhos e os ouvidos das pessoas hoje, tão acostumadas a perceber em sua parte somente o caos, a desordem e a inarmonia?
   Vale sempre lembrar a sábia frase do mestre Jesus: "os teus olhos veem e a tua boca fala o que está cheio o teu coração" . Será que não estamos precisando ajustar a nossa visão para perceber novamente tudo de bom que nos rodeia? Será que não temos a capacidade de nos focar no bem para que, mesmo que não haja boas ações ao nosso redor, sejamos nós que as praticamos?
   Precisamos lembrar que as ações, sejam elas boas ou más, tem origem nos atos de cada um de nós e que nossas mentes produzem energias e formas-pensamento que atingem o ambiente de acordo com o teor de nosso pessimismo ou otimismo. Uma postura otimista impregna o ambiente de energias e formas-pensamento agradáveis que levarão as pessoas ao redor a se beneficiarem com as mesmas, podendo inclusive influenciá-las a fazerem ações de auto doação e amor ao próximo.
   Por isso exorto a você, caro(a) leitor(a): se você como muitas outras pessoas no mundo não está gostando da situação atual do mesmo, envolva o mundo com vibrações de otimismo e boa vontade com o semelhante. Assim estaremos ajudando a higienizar a atmosfera espiritual do nosso planeta com magnetismo construtivo, sendo isso de extrema importância até para que espiritualmente possamos "respirar" melhor num clima psíquico mais agradável.
   O otimismo; a esperança; a humildade; a caridade; o estímulo e a menção de ações éticas e corretas; a solidariedade ao próximo; tudo isso e muitas outras ações éticas são excelente antídotos contra essa epidemia de magnetismo negativo que hoje toma conta da Terra, ajudando-a a tornar-se um planeta mais agradável para os que a habitam, sendo inclusive um dever de cidadania para aqueles que se compenetram de suas obrigações perante o bem estar de seu próximo.
   Que Jesus, o amorável Rabi da Galileia, possa nos animar a fazer esse empreendimento de amor ao próximo tão benéfico à nossa economia espiritual perante a lei de ação e reação. E que a graça de Deus esteja com todos. Muita paz.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Por uma cultura de paz nos dias de hoje

Antonio Augusto de Sá Neto


   O ser humano hoje vive dias aturdidos. A ausência de paz interior acaba refletindo em toda a sociedade, com a expressão coletiva da falta da paz individual, acabando por gerar o que vemos hoje: comportamentos exóticos, drogadicção, revoltas políticas e convulsões sociais, dentre tantas outras mazelas.
   A juventude estroina vive hoje condutas pouco felizes do ponto de vista moral, seja por conta da atitude de desrespeito sistemático ao semelhante, da falta de reverência pelos mais velhos, da entrega plena a comportamentos viciosos e cínicos e por conta ainda da vil promiscuidade em que a mesma se encontra, vivendo uma sexualidade primitiva, que destrói em vez de criar, levando a problemas sociais de consequências imprevisíveis.
  Há ainda, a exclusão social de inúmeras criaturas em guetos e favelas insalubres e sujas, sem qualquer consideração por tais criaturas humanas, vítimas de preconceito por causa da raça, da cor, da condição social, não tendo muitas vezes sequer o necessário para a sobrevivência digna de um ser humano; enquanto isso, reduzido número de criaturas concentra egoisticamente uma renda desnecessária, vivendo apenas de futilidades e coisas completamente dispensáveis...
  A superpopulação toma conta das cidades, desumanizando-as; o competitivismo toma conta da sociedade que se torna individualista e hedonista; em suma o homem sofre e perece pelo abandono, pelo desrespeito de que é vítima.
   Não nos iludamos. Toda essa problemática social é devido ao fato do homem não ter se conquistado interiormente. Ao contrário, investe todas as suas forças para aquisições exteriores, apegado a castelos de areia que logo desvanecem.
    A criatura humana tem necessidade de sabedoria. O autoconhecimento é tão essencial para ela como o alimento e o oxigênio que ela respira. Sem ideal o homem mumifica-se, fossilizando-se nas baixas paixões.
    Urge no mundo de hoje uma cultura de paz, um apelo a costumes pacíficos, ao respeito ao semelhante. A paz hoje está sendo extremamente necessária para a vida humana. Tudo isso é de fundamental importância, para que as conquistas da civilização não se percam por conta de ideologias totalmente equivocadas, altamente nocivas para a sociedade.
    Faz-se mister compreender que a paz não é simplesmente a ausência de violência, nem se pode alimentar a ilusão de que se atingirá a paz pela mera repressão policial ao criminosos; o ser humano deve entender que a paz é um estado de espírito, que pode se atingir tanto a nível individual como a nível coletivo.
   A paz se consegue a partir de atitude muitas vezes simples como: o respeito ao semelhante; a necessidade do amparo e da educação das novas gerações; gestos cordiais; reverência; enfim de todos os costumes que se podem chamar de civilizados.
   Que a criatura humana possa desabrochar suas faculdades superiores e abandonar os instintos bestiais e animalescos, instintos primitivos que fazem parte de sua caminhada espiritual ao longo das reencarnações. Que possamos nos caracterizar como seres humanos na mais legítima acepção do termo. Em outras palavras que possamos nos humanizar.
   O evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é, sem nenhuma dúvida, um dos maiores tratados de paz e humanização de que se tem notícia no mundo até hoje. Toda a sua mensagem tem como base a construção de uma criatura nova, regenerada, inteiramente humanizada pela prática do amor e perdão incondicional por qualquer criatura humana. Sem dúvida, trata-se do maior roteiro para a humanidade edificar a paz em seu seio.
    O ser humano só tem direito de se considerar inteiramente civilizado no momento em que banir do seu meio os vícios que os degradam e o desonram. Por mais evoluído intelectual e tecnologicamente que seja, nenhum povo ou nação pode se chamar civilizado(a) quando cultiva vícios e comportamentos primitivos. Enquanto não se houver uma cultura de paz e respeito em seu meio, um povo não passa de um povo esclarecido, que não percorreu senão a primeira etapa da civilização. Numa civilização completa, não há nunca a ausência da paz.
   Que o ser humano possa edificar um mundo onde a palavra PAZ não seja mais uma palavra sem valor, somente dita da boca para fora, mas um estado de consciência e uma vivência de uma conduta pacífica. Que a palavra PAZ esteja presente principalmente nas atitudes da criatura humana, isso é tudo o que necessitamos para ter um mundo feliz.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A opção pelo bem viver




Antonio Augusto de Sá Neto



 O mundo de hoje com suas complicações descabidas e comportamentos exóticos, gera conflitos perfeitamente evitáveis para aqueles que, pelo hábito da reflexão, sabem discernir e escolher os comportamentos coerentes com um bem viver, com geração de qualidade de vida.
 O trânsito no nosso país é um bom exemplo. Por causa da irresponsabilidade e inconsequência de muitos no trânsito brasileiro, vive-se hoje em nosso país uma verdadeira guerra silenciosa no trânsito, gerando inúmeras mortes perfeitamente evitáveis. Aqui vale uma reflexão: todos reclamam dos problemas sociais, mas o que estamos fazendo para aliviá-los ou quem sabe, até solucioná-los? Precisamos entender que todos nós somos interligados uns com os outros; o nosso mundo, aliás, todo o universo, é uma grande teia na qual todos os elementos desse universos exercem influência uns sobre os outros.
 O mundo hoje precisa fazer a opção pela vida. Basta de cultura de desvalorização da vida, o maior patrimônio que Deus nos ofereceu para atingirmos a plenitude. Eis o objetivo da vida: o aperfeiçoamento e evolução em todos os sentidos. A evolução é a tônica da vida universal. O nosso mundo hoje precisa de algo mais do que a mera evolução tecnológica e material: precisa de evoluir no respeito à vida, seja ela de qual natureza for.
 Não nos iludamos. Toda essa infelicidade que vemos no mundo de hoje, é reflexo das opções infelizes que a humanidade terrena fez nas reencarnações passadas e na atual. Nosso mundo somente será um mundo onde predomine a felicidade quando as pessoas fizerem a opção pela vida, pelo ato de dar qualidade ao viver humano.
 Que possamos ser promotores da paz e da felicidade onde estivermos. Que o sentido da nossa vida seja o de ver o desabrochar do sorriso nos amigos que convivem conosco. Fazendo essa opção, faremos a opção pela luz, a opção por nos tornarmos partícipes na obra de regeneração do nosso planeta Terra, obra essa que já está em pleno processo, seja nossa opção ou não, já que é plano determinado pela espiritualidade superior a promoção do nosso mundo a um mundo de regeneração, onde o nosso mundo será destinado a espíritos que devem possuir, pelo menos, a vontade de querer fazer o bem e se melhorar interiormente.
 Por isso, devemos mudar o nosso padrão vibratório, buscando ter pensamentos e atos elevados, favorecendo a paz e a concórdia no nosso mundo que, com efeito, já está por demais atribulado nos dias de hoje. Que o evangelho do Cristo possa ser o nosso roteiro de conduta.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O Pacificador Urbano


“Deixo-vos a paz. A minha paz vos dou: não vo-la dou como mundo a dá”. Jesus (Jo, 14:27)


Conta-nos Daniel Goleman :
“Era verão em Nova Iorque e, naquela tarde, fazia um calor sufocante, insuportável. As pessoas andavam pelas ruas mal-humoradas, em visível desconforto. Na Avenida Madison, peguei um ônibus para voltar para o hotel.
Ao entrar, fui surpreendido com a saudação que veio do motorista: “Oi, como vai?” Esse negro de meia idade e largo sorriso repetiu a mesma saudação a todos os outros passageiros que foram entrando ao longo do percurso no denso tráfego do centro da cidade.
 Todos, como eu, se surpreendiam, mas, porque estavam com o humor comprometido pelas condições climáticas do dia, poucos retribuíram o cumprimento.
À medida que o ônibus se arrastava pelo traçado quadriculado do centro da cidade, porém, uma transformação mágica foi gradativamente ocorrendo. Para nosso deleite, o motorista encetou um animado comentário sobre o cenário à nossa volta: havia uma liquidação sensacional naquela loja, uma exposição maravilhosa naquele museu, já souberam do novo filme que acabou de estrear ali na esquina? O prazer dele com a riqueza de possibilidades que a cidade oferecia contagiou a todos.
Ao descerem do ônibus, as pessoas já haviam se despido da couraça de mau humor com que tinham entrado e, quando o motorista lhes dirigiu o sonoro “Até logo, tenha um ótimo dia!”, todas lhes deram uma resposta sorridente”.
Surpreendidos, também, por tão singular episódio (para os dias de hoje), concluímos que o motorista daquele ônibus agiu como um verdadeiro pacificador de almas, propagando o “vírus” do bem-estar entre todos os passageiros, que por sua vez teriam a possibilidade de também espalhá-lo pela cidade.
Refletindo sobre o caso, nos perguntamos: Quantas vezes entramos e permanecemos com um terrível mau-humor dentro de um transporte coletivo (e mesmo em outros lugares)? Os motivos são vários:
a.Justamente aquele que você espera é o que mais demora a chegar;
b.E quando chega vem, invariavelmente, lotado;
c.E isto significa que você vai em pé;
d.E estando em pé, sempre existe alguém que esbarra em você, pisa no seu calcanhar, etc;
e.O trânsito engarrafado faz a viagem ser mais longa;
f.O calor insuportável parece que aumenta nesta hora;
g.E todos os problemas que trazemos em nosso íntimo vêm à nossa mente... e daí a pouco passamos a ficar mais irritados do que antes.
O mau-humor, a ansiedade, a irritação, nestes e em outros momentos de nossa vida, são adversários quase incontroláveis. Este descontrole das emoções, responde por inúmeros dissabores. Quase sempre estamos em conflito com os outros e com nós mesmos:
O conflito no lar.
O conflito no trabalho.
O conflito na via pública.
O conflito com os vizinhos.
O conflito no templo religioso.
Conflitos estes que, em grandes proporções, acabam gerando o conflito dos conflitos: a guerra!
Não sem outro motivo alerta o apóstolo Paulo: “Vivei em paz uns com os outros”.
E o espírito Emmanuel, comentando esta passagem, afirma :
“Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa influência pessoal se nos figure insignificante, ela não é menos viva na preservação da harmonia geral”.
E perguntamos: Não foi o que fez o nosso pacificador urbano citado por Goleman?
Ele teria todos os motivos para igualmente estar de mau-humor:
a.O calor insuportável;
b.O trânsito barulhento;
c.A impaciência e a agressividade dos outros;
d.O cansaço e o desgaste natural de um dia de trabalho...
E apesar de tudo, estava pacificado e pacificou a todos.
E nós ? Podemos ser também pacificadores ?
No mesmo capítulo citado, anteriormente, prossegue Emmanuel:
“Todos somos chamados à edificação da paz que, aliás, prescinde de qualquer impulso vinculado às atividades da guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta por melhorar-nos e educar-nos, de vez que a paz não é inércia e sim esforço, devotamento, trabalho e vigilância incessante a serviço do bem. Nenhum de nós está dispensado de auxiliar-lhe a defesa e a sustentação, porquanto, muitas vezes, a tranqüilidade coletiva jaz suspensa de um minuto de tolerância, de um gesto, de uma frase, de um olhar...”.
E poderíamos prosseguir listando pequenas grandes tarefas que contribuiriam para a nossa paz e a do próximo:
a.Prestar uma informação sempre com gentileza na voz, como se fosse a uma pessoa muita querida;
b.Cumprimentar alguém sem esperar retribuição, mesmo que não o conheçamos;
c.Sorrir a um companheiro de trabalho aliviando seu cansaço;
d.Ceder o lugar nos transportes coletivos com a alegria de quem está ajudando;
e.Dizer ao menos uma vez por dia: “Vá com Deus!”;
f.Quando em coletividade nunca esquecer palavras simples como: “Bom dia”, “Com licença”, “Muito obrigado”, “Desculpe-me”, “Por favor”.
Agindo dessa forma, estaremos edificando para nós e para os outros um espaço permanente de paz pela atitude no bem, o que será de extrema utilidade para nosso futuro espiritual.
Buscamos na codificação um exemplo prático de como a inércia (oposição ao trabalho), nos priva da paz interna e externa. No livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec , um Espírito (Angéle) se apresenta espontaneamente ao médium e começa o diálogo, que faremos de forma resumida:
1.Pergunta (P) – Arrependei-vos das vossas faltas? – Resposta (R) – Não. (...) P. Acaso não sois feliz? – R. Não. P. Que vos falta? – R. A Paz.
2.P. Como pode faltar-vos a paz na vida espiritual? – R. Uma mágoa do passado. (...) P. O que fizeste na última encarnação? – R. Nada. (..) P. Foste casada? – R. Sim; fui esposa e mãe. P. E cumpriste zelosa os deveres decorrentes desse duplo encargo? – R. Não; meu marido entediava-me, bem como meus filhos.
3.P. E de que modo preencheste a existência? – R. Divertindo-me em solteira e enfadando-me como mulher. P. Quais eram as vossas ocupações? – R. Nenhuma. P. E quem cuidava da casa? – R. A criada. (...)
Instruções do guia do médium
Angéle era uma dessas criaturas sem iniciativa, cuja existência é tão inútil a si como ao próximo. Amando apenas ao prazer, incapaz de procurar no estudo, no cumprimento dos deveres domésticos e sociais as únicas satisfações do coração, que fazem o encanto da vida, porque são de toda época, ela não pôde empregar a juventude senão em distrações frívolas. (...)
A sua existência foi improfícua e, por isso mesmo, culposa, visto que o mal é oriundo da negligência do bem. (...) O homem foi criado para a atividade; a atividade do espírito é da sua própria essência; e a do corpo, uma necessidade.
Cumpri, portanto, as prescrições da existência, com o espírito voltado para a paz eterna. (...) e que essa paz que aspirais não vos será concedida, senão pelo trabalho. (...) Trabalhai, trabalhai incessantemente; cumpri todos os deveres sem exceção; com zelo, coragem e perseverança”.
Monod
João Luiz Romão

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sexo Transviado - A visão espírita sobre o sexo



Ouvirás referências descaridosas, em torno do sexo transviado; no entanto, guardarás invariável respeito para com os acusados, sejam eles quais forem.
Muito fácil traçar caminhos no mapa. Sempre difícil trilhá-los, debaixo da tempestade, às vezes sangrando as mãos para sanar dificuldades imprevistas.
É preciso saber penetrar fundo nas necessidades do espírito, para enxergá-las com segurança.
Aplica a bondade e a compreensão, toda vez que alguém se levante contra alguém, porque, em matéria de sexo, com raras exceções, todos trazemos heranças dolorosas de existências passadas, dívidas a resgatar e problemas a resolver.
Muitos daqueles que apontam, desdenhosamente, os irmãos caídos em desequilíbrio emotivo, imaginando-se hoje anichados na virtude, são apenas devedores em moratória, que enfrentarão, amanhã, aflitivas tentações e provações, quando soar o momento de reencontrarem os seus credores de outras eras.
Não condenarás.
Enunciando tais conceitos, não aceitamos os desvarios afetivos como sendo ocorrências naturais. Propomo-nos defini-los por doenças da alma, junto das quais a piedade é trazida para silenciar apreciações rigoristas.
Nas quedas de sentimento, há que considerar não somente a fraqueza, necessitada de compaixão, mas também, e muito comumente, o processo obsessivo que reclama socorro ao invés de censura.
Não podemos medir a nossa capacidade de resistência, no lugar do companheiro em crise, e, por isso, é aconselhável caminhar com a misericórdia em quaisquer situações, para que a misericórdia não nos abandone quando a vida nos chame ao testemunho de segurança moral.
Se alguém caiu em desvalimento ou desceu à loucura, em assunto do coração, misericórdia para ele! Em todas as questões do sexo transviado, usa a misericórdia por base de qualquer recuperação. E, quando a severidade nos intime a gritar menosprezo, acalentar maledicência, estender escárnio ou receitar punições, recordemos Jesus. Aquele de nós que jamais tenha errado, em nome do amor, seja em pensamento ou palavra, atitude ou ação, atire a primeira pedra.

Pelo espírito Emmanuel

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Deus e os pobres

   

Andréas Müller 




   A dedicação dos cristãos para com os pobres, para com os privados dos seus direitos, para com os explorados é determinada essencialmente pela imagem que os mesmos têm de Deus. O Deus da Bíblia não é um ser abstrato, além das nuvens, mas está sempre ligado ao destino dos homens; Ele não está desligado da nossa história, mas pode ser só sentido nas Suas relações para conosco. É diferente do mundo, mas não pode ser separado daquilo que faz o mundo tanto belo como, ao mesmo tempo, cruel.
   O segredo de Deus aclara-se na Sua encarnação, no Seu esgotamento total – até à morte violenta. Se seguirmos as pegadas deste Jesus de Nazaré reconhecemos, em certa medida, o que Deus quer ser: um Deus que se preocupa por relações vivas – pai, mãe, amigo; um Deus de dedicação, ternura e preocupação; um Deus como homem entre homens – um desalojado, um refugiado, um estrangeiro, um perseguido e um torturado.
   Ser cristão pode parafrasear-se concisamente por seguir as pegadas de Jesus, isto significa que nós deveríamos ser como Deus: seres humanos entre homens; seres humanos que – como Jesus – se devem opor a todas as injustiças, dedicar-se cordialmente a todos os que têm fome e que estão doentes, devem estar fraternalmente junto de todos os pequenos e pobres. Deus quer que nós aqui na terra sejamos a sua imagem, o seu monumento, os seus representantes. Isto é válido para todo o ser humano, mesmo se tem uma face esfarrapada e destruída, se não tem um grande renome e se vive numa favela. Vale também quando nos parece que não se sente nada de divino nele. É a razão por que devemos procurar Deus nos nus, prisioneiros, esfomeados, mortos, estrangeiros, desalojados, exilados etc.
   Deus se identifica com os sem direitos e sem perspectivas. Quer dizer-nos com isso que ele é um Deus da vida que quer o direito e a vida do ser humano. Francisco entendeu isso como quase ninguém. Foi o fatal encontro com o leproso que lhe abriu os olhos cegos. A cara dolorosa do Crucificado hoje olhou para ele. Foi a mudança decisiva na sua vida com consequências sustentáveis. “O que me pareceu amargo se converteu em doçura da alma e do corpo“. O termo italiano - quase impossível de traduzir – de Dolcezza significa ternura, empatia, compaixão, solidariedade. A Francisco abre-se-lhe um mundo novo, um mundo do amor ao próximo. O seu mundo antigo desmorona-se, o mundo no qual há encima e em baixo, senhores e servos. Ele reconhece que este não pode ser o mundo verdadeiro, o mundo como Deus o queria. Descobre o Evangelho como alternativa. Um mundo reconciliado no qual o valor dos homens não dependa do rendimento ou do salário. Um mundo, no qual possamos simplesmente usar a riqueza de Deus na Criação. Pois, um mundo no qual também os pobres possam participar na vida em plenitude.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Provações Coletivas - A visão espírita




Antonio Augusto de Sá Neto


  
  O tema "Provações Coletivas" foi um tema abordado por Allan Kardec ao longo dos seus estudos espíritas, sendo visto pelo espiritismo como um meio de acelerar o progresso da humanidade, já que tais provações despertam no homem o sentimento de solidariedade perante o seu próximo, já que na maioria das vezes a interação mútua se torna fundamental para que aquela coletividade supere o problema, que no caso é de ordem coletiva.
  O ser humano tem que entender que é responsável pelos seus atos, seja perante si mesmo, seja perante a coletividade que o cerca. Problema gravíssimo, porque degenera em crise sociais imprevisíveis, a irresponsabilidade social é responsável por muitos dos males que assolam a sociedade nos dias de hoje, tais como o alcoolismo, a drogadicção, a prostituição, a exclusão social que retira de inúmeras criaturas o título de cidadã, da qual todos tem direito a ter. Com a exclusão social que grassa nos dias de hoje, vemos um sem-número de criaturas humanas resvalando para o crime, reivindicando por meio da violência o que lhes foi tirado por direito.
  Vemos muitas vezes nas coletividades problemas sociais seríssimos, sendo um dos maiores problemas o egoísmo. Defeito extremamente entranhado em inúmeras criaturas humanas, tem sido responsável pelos males que vivemos hoje. As criaturas que se encastelam no egoísmo aliado ao orgulho veem o outro, que deveria ser visto como alguém a ser amado e confraternizado, não como seu próximo, seu irmão, mas como um competidor, um rival, que está a qualquer momento pronto a querer lhe tirar o lugar para subir mais alto.
  Com tudo isso, pode se entender o porque da existência dos flagelos destruidores, que causam as provações coletivas, já que o homem muitas vezes estagna na ignorância, que é algo que Deus não quer, já que ele quer ver o progresso de todas as criaturas humanas, já que o progresso é lei da natureza, incluindo o progresso moral.
  Nenhuma criatura foi criada por Deus para fossilizar nas etapas primárias da evolução e por isso, deve-se agradecer a Deus pela dor, já que ele assim permite para que as pessoas possam crescer em sensibilidade, saindo das etapas da ignorância e da rudeza para despertar nelas a angelitude que nelas está latente, esperando apenas o momento propício para desenvolver-se. No caso da Terra, que é um planeta de expiação e provas, o sofrimento atua como um cinzel que extrai da pedra bruta o diamante que ela é.
  O homem muitas vezes, precisa passar por provações a nível coletivo para perceber a sua fragilidade e a sua pequenez diante do quão magnífico é o Cosmos e Deus, que é a inteligência que o criou, que o dá vida e o sustenta, o fomenta.
  É fato constatado da história humana que, depois de todas as grandes crises sociais, surgem depois uma era de harmonia e progresso. Essas crises servem para mostrar ao homem as consequências das ações maldosas cometidas perante o próximo, do qual cada um nesses momentos de comoção social é mais ou menos vítima.
  O homem precisa  conhecer a si mesmo, como já o dizia Sócrates na Grécia Antiga: "ó homem, conhece-te a ti mesmo!" Essa afirmação é de suma verdade e de suma importância, pois, a partir do momento que o homem compreende sua natureza de espírito imortal, sabendo para onde vai, de onde veio, o que ele é e o que veio fazer aqui no mundo ele começa a galgar degraus valiosos para a conquista da plenitude.
  Eis o papel das provações coletivas de uma maneira mais geral. Trata-se de meios para fazer que as coletividades humanas possam evoluir como um todo, coletividades essas que têm nesses momentos provacionais, sempre, um carma em comum, quando atingidas por tais comoções sociais.
  Basta de ignorância. Está chegando a hora em que o homem deve sair do seu imobilismo e de sua penúria moral e espiritual para atingir maiores estágios de solidariedade e evolução espiritual, já que a Terra está passando de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, que se caracteriza pelas criaturas possuírem a vontade e o ímpeto de quererem ser melhores sob o aspecto moral. Um mundo onde as pessoas estão atrás de deixarem de serem más para se tornarem boas, afetuosas e amáveis. Esse é o nível evolutivo de mundo de regeneração. Que possamos nos esforçar para vencer o imobilismo que toma conta de nossos corações e que vençamos o homem velho, carregado de paixões primitivas, para tornarmo-nos o homem novo, dotado de educação, respeito, amabilidade, afeto; enfim o homem dotado de beleza interior, onde as virtudes cristãs impregnam seu coração.
  Que a paz e a coragem do mestre Jesus possa nos munir de forças para nos melhorarmos moralmente nesse momento tão especial para quem anela por uma vida melhor e mais feliz, onde a caridade não será uma palavra vã, e a virtude seja um componente básico da vida humana.
  Muita paz.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Setenta vezes sete (a arte do perdão)

Antonio Augusto de Sá Neto




 Jesus em sua doutrina, sempre colocou o perdão como uma virtude essencial para a vida humana. Veremos nesse artigo o porque dessa extrema valorização e priorização do perdão pelo mestre nazareno Jesus Cristo.
 Veremos nesse artigo todos os argumentos favoráveis ao perdão segundo a medicina, o evangelho e a doutrina espírita.

1- A opinião da medicina sobre o perdão

  A medicina atualmente considera o perdão fundamental para a saúde, pois estudos médicos realizados no início da década de 2000 pelo Projeto Stanford para o perdão detectaram que o rancor produz toxinas e várias substâncias nocivas para a saúde, sendo esses compostos nocivos causas de pressão alta, prejuízos ao sistema nervoso, ao coração e à imunidade, além de causar transtornos estomacais (gástricos). O psicólogo Fred Luskin faz uma série de apontamentos sobre os efeitos maléficos do rancor. “O estudo mostrou que o ressentimento pode, a curto prazo, estressar o sistema nervoso”, conclui Luskin.
 Tal conclusão da medicina é bem fundamentada. Desde a mais remota antiguidade se tem percebido como as pessoas que perdoam são mais tranquilas, mais amáveis e principalmente mais espontâneas, leves e felizes. Além disso, desde tempos imemoriais se tem percebido que as pessoas que perdoam com facilidade são sempre dotadas de profunda sabedoria, sendo invariavelmente, profundamente amáveis e sábias. Sócrates, na Grécia já fazia várias citações sobre o efeito do perdão na saúde corporal do homem.
 Há toda uma vasta literatura atualmente sobre o quanto o perdão é benéfico à saúde tanto física como mental, sendo benéfico até para a saúde do organismo social quando praticado coletivamente. Vale citar o livro "O Poder do Perdão", de autoria de Fred Luskin; "Em Busca do Perdão: Descobrindo o Amor" de James Van Praagh; "Quem Ama não Adoece" de Marco Aurélio Dias da Silva, dentre inúmeros outros, todos esses livros são recomendáveis para quem quer entender mais a fundo os efeitos do perdão na saúde e no bem-estar social.
 A conclusão desse item é a seguinte: as pessoas que amam e perdoam possuem um estado de bem-estar e leveza que as pessoas odiosas, belicosas e rancorosas não possuem, já que vivem em um estado de inteira febre e desequilíbrio causados por esses sentimentos tão nocivos à saúde.
 Resumindo: o rancor e o ódio são atentados à saúde! Toda pessoa que quer desfrutar de paz e saúde deve libertar-se de tais sentimentos sem prestar-lhes qualquer consideração.

2- A opinião cristã sobre o perdão

 Jesus, o mestre da galileia, ressaltava o perdão constantemente. Ele o fazia dessa forma devido ao fato de que o não-perdão é a negação da doçura e misericórdia que ele tanto pregava. Sem dúvida também é indício da falta de um coração puro. Jesus, que tanto convidava as pessoas a serem pessoas puras de coração, não poderia jamais esquecer de exortar as pessoas a perdoar. Como se pode concluir além de colocar o perdão como um dos ensinamentos morais, Jesus também o fazia como uma questão de coerência com os demais ensinamentos que ele pregava e, principalmente praticava no dia-a-dia.
 Não foi por outro motivo que Jesus falava que se deve perdoar "setenta vezes sete" vezes, já que a base do cristianismo foi a transformação interior da criatura humana, a humanização, educação e moralização do ser humano. Esse é o objetivo da doutrina que Jesus pregou.
 Precisamos entender que não há coração puro desprovido da capacidade de perdoar, já que o ressentimento e o rancor são máculas, impurezas do coração.

3- O perdão segundo o espiritismo

 A Doutrina Espírita afirma que o perdão é fundamental para a saúde, já que demonstra que o ser humano é um emissor de energias que influencia a si mesmo e o meio à sua volta.
 Essa teoria afirma que o homem de pensamento desequilibrado desarticula o seu corpo físico e espiritual, já que o pensamento negativo e maldoso emite energias destrutivas, vibrações prejudiciais à saúde de qualquer ser vivo, já que desagregam a matéria, sendo o pensamento negativo e maldoso um destruidor do corpo físico. O ódio, o não perdão e o rancor estão dentre as energias de maior poder destrutivo.
 Além do mais deve-se ressaltar que o perdão é fundamental para a libertação da obsessão, seja causada pelo próprio indivíduo, a auto obsessão, como também a obsessão causada por agentes encarnados e desencarnados. Com o perdão e o amor ao próximo, com a evangelização do obsidiado, o obsessor, percebe a recuperação e o crescimento interior do mesmo, passando também a perdoá-lo havendo aí um crescimento de ambas as partes. Com a ausência do perdão, os ódios se eternizariam, em vez de acabar.
 Porém como o espiritismo é evolucionista, afirmando que tudo evolui no universo, há a certeza de que o espírito irá algum dia evoluir moralmente, abrindo-se efetivamente ao perdão.

 Conclusões

  Pode-se ver por aí que o perdão causa benefícios de grande envergadura para a criatura que o pratica, sendo uma condição sine qua non para a criatura que busca a evolução espiritual. O ódio e o rancor são elementos característicos de espíritos atrasados, desprovidos de sentimentos elevados e carentes de ideação superior. O perdão, ao contrário, indica sinal de progresso anterior da alma.
 Que nós, espíritas sinceros, possamos fazer do perdão um exercício espiritual e moral constante em nossas vidas. Jesus, nosso modelo e guia, afirma que devemos perdoar setenta vezes sete, expressão que significa indefinidamente. Que possamos efetivar o perdão em nossos corações.


Muita paz.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Solidário e o Solitário

Antonio Augusto de Sá Neto


 Nos dias de hoje, é bastante comum verem as pessoas queixarem-se de solidão. Dizem que o egoísmo está tomando conta do planeta Terra e que nada podem fazer para superar tais situações penosas.
 Tal afirmação porém, é um ledo engano, já que a criatura humana é social por natureza. Há sempre alguém precisando de nossa ajuda para poder viver com mais qualidade:  o mendigo sem recursos nem lar... o doente no hospital... as pessoas em situação de risco social ... as crianças que passam fome... todos precisando de uma parcela de amor e carinho, os quais raramente recebem.
 O homem precisa sair do sarcófago do seu egoísmo, procurar florescer onde está plantado, o que significa procurar agir para melhorar a realidade do ambiente aonde vive. A partir daí, até a psicosfera do ambiente que circunda o indivíduo melhora, já que as ações de amor ao próximo consolidam um estado de harmonia interior que faz emitir energias mentais curativas, calmantes e benéficas.
 Que os homens e mulheres do nosso mundo possam experimentar tais estados gentis, e todos eles verão o quanto é benéfico para a saúde humana e para as relações sociais o amor desinteressado, a doação ao semelhante, a solidariedade e o altruísmo. Sendo o oposto verdadeiro, ou seja, o quanto faz mal à saúde o egoísmo, o individualismo, a indiferença pelo próximo e a maldade sistemática, que caracterizam criaturas doentes da alma, que necessitam muito mais de carinho e auxílio do que condenação e reproche.
 Que possamos lembrar que somos responsáveis pela atmosfera psíquica do local onde vivemos e do nosso planeta. Não poluamos mais o planeta já tão encharcado de energias negativas com lamúrias e lamentações. Que possamos irradiar felicidade, ânimo aos que não possuem, idealismo aos derrotistas, e assim iremos ser pessoas que, pela própria condição energética, iremos atrair as pessoas ao redor de nós, além de sermos exemplo benéfico a todos os que nos cercam, sendo assim solidários em vez de solitários.
 Que essas reflexões possam repercurtir no seu coração, amigo leitor.
 Muita paz.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A palestra com um dedo em riste

Waldehir Bezerra de Almeida
 waldehir@solar.com.br

Análise do sofrimento específico de cada um de nós, feita em palestra pública é um risco que o expositor não deve correr. A lei de causa e efeito reduzida a uma tabela de equivalência não corresponde aos ensinamentos dos Espíritos a respeito da dor como instrumento de progresso espiritual.




            Vez ou outra assistimos uma palestra que é um verdadeiro tribunal. O orador se propõe a analisar a delicada questão da dor, mesmo quando o tema tratado não seja a lei de causa e efeito. Ouvimos expressões como estas: “ninguém sofre por acaso”, “a dor é produto da nossa imperfeição”...E por aí vai. Até aqui tudo bem: a oratória espírita tem a finalidade de divulgar os postulados da Terceira Revelação, esclarecendo e consolando os ouvintes ao mesmo tempo.
No entanto, quando o expositor, não preparado devidamente, arriscar fazer uma análise comparativa e específica da dor e da sua causa, fazendo-o como se estivesse de posse de uma tabela de equivalência, passa, inadvertidamente, a julgar cada um dos presentes pela forma simplista como ele interpreta o sofrimento do ser humano. A médica e professora Irvênia Prada relata sua experiência em um desses momentos. Com ela a palavra:
- “Certa vez, ouvi um palestrante espírita – referindo-se à lei da causa e efeito – que a epilepsia é uma doença carmática resultante de aviltamentos sexuais do passado. Para reforçar a idéia, ainda tentou estabelecer semelhança entre tipos de chilique que se manifestam em ambas as situações.
Isso me incomodou muito na ocasião, primeiro porque estava comigo um aluno meu, jovem e muito querido, que é epiléptico. Esse tipo de coisa dito lá na frente, na tribuna, parece plasmar a figura de um dedo que aponta para a ferida alheia e a expõe.
Segundo, fiquei pensando que tipo de explicação, coerente com o que ele estava dizendo, poderia se dar ao caso da Nana, uma de minhas cachorras, também epiléptica desde os primeiros meses de vida. Com a Nana, existem muitos cães, cavalos, macacos e outros animais das mais variadas espécies, que sofrem de epilepsia. E a epilepsia nos animais tem as mesmas características clínicas que a dor do ser humano, com os mesmos sintomas, como a ocorrência do íctus (crise) e similitude do traçado do eletroencefalograma”.
Isso acontece porque o irmão que está na tribuna ao tecer comentários em torno da dor, detém uma visão reducionista da questão, e cai no simplismo de pregar que todo sofrimento é uma expiação, pagamento de um erro cometido em vida pregressa. Esse conceito maniqueísta da lei de ação e reação tem gerado muitas dúvidas naqueles que assistem às palestras. Explicada dessa forma a dinâmica da dor, o expositor incentiva a que seus ouvintes se iniciem na prática de analisar o seu sofrimento e o dos outros de uma forma linear, como se fosse algo matemático. Se a mulher é frígida e o homem é impotente: abusaram do sexo. Se Fulano está sofrendo de cirrose hepática: usou demasiado bebidas alcoólicas. Nasceu com alguma deficiência física nos pés ou nas mãos? Sem dúvida usou-os para o crime. E nesse caso, se recorre logo ao Evangelho e lá vem a citação de Mateus, XVIII-8: “Se a tua mão ou o teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti. Melhor é que entres mutilado ou manco para a Vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres atirado no fogo eterno” (Bíblia de Jerusalém). A esse tipo de exposição eu chamo de “palestra com um dedo em riste”, pois, enquanto o orador se expande nos seus comentários, cada ouvinte começa a sentir um dedo invisível mexendo na sua ferida, fazendo-a doer mais do que doía antes da palestra, conforme a observação da insigne professora Irvênia.
Ora! Sabemos, pelo estudo da Codificação e das obras complementares que a verdadeira função da dor não é punir. André Luiz nos fala da diversidade da natureza do sofrimento, revelando-nos a existência da dor-expiação, dor-evolução e dor-auxílio. Logo, afirmar que se alguém sofre disso ou daquilo é por que fez ou deixou de fazer isso ou aquilo é, no mínimo, descaridoso.
A busca ansiosa de uma explicação para a origem e o significado das adversidades da vida tem levado os próprios espíritas a interpretações precipitadas e distanciadas dos ensinamentos dos Espíritos a respeito. A dificuldade de compreender a Codificação sobre esse assunto não é de agora. Muitos chegaram mesmo a criticar o Codificador, dizendo que dava uma falsa idéia da ação divina, pois suas obras somente falavam de castigo e de expiação. Leon Denis, o filósofo do Espiritismo, contemporâneo de Allan Kardec, afirma que “esta apreciação resulta de um exame muito superficial das obras do grande iniciador. A idéia, a expressão de castigo, excessiva talvez quando ligada a certas passagens insuladas, mal interpretadas em muitos casos, atenua-se e apaga-se quando se estuda a obra inteira”
Como explicar a equivalência de doenças modernas, as quais não existiam nos séculos passados, com as faltas cometidas naquela época? Na verdade, diz Leon Denis, a reparação de hoje não se apresenta sempre sob a mesma forma que a falta cometida ontem, esclarecendo que as mudanças sociais, dando origem a novas condições de vida, e a evolução histórica, alterando conceitos, leis e costumes, impedem que a similitude do resgate, em obediência à lei de causa e feito, se mantenha em todas as situações.
Recorrendo ao Evangelho de João, 9:1-3, temos, no mínimo, uma sugestão da possibilidade de existir sofrimento que não seja unicamente por falta cometida. Lá nós lemos: “Ao passar, ele (Jesus) viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: - “Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?” Jesus respondeu: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas é para que nele sejam manifestadas as obras de Deus”. A Bíblia de Jerusalém interpreta que aquele cego estava ali pela providência divina para que Jesus tivesse a oportunidade de provar a autenticidade de sua missão, por meio de sinais, tal como os judeus esperavam que todos os seus profetas assim procedessem. Allan Kardec pensa diferente, com relação a esse passo evangélico, e admite que “se não era uma expiação do passado, era uma provação apropriada ao progresso daquele Espírito, porquanto Deus, que é justo, não lhe imporia um sofrimento sem utilidade”. André Luiz, Espírito que vem complementando criteriosamente a Codificação, parece concordar com o Mestre de Lyon ao nos descrever, pela palavra do Instrutor Druso, o significado da dor-auxílio. Ouçamo-lo:
-“Em muitas ocasiões, no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos vultosos nesse ou naquele sentido. Habitualmente, logramos vantagens em determinados setores da experiência, perdendo em outros. Às vezes, interessamo-nos vivamente pela sublimação do próximo, olvidando a melhoria de nós mesmos. É assim que, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais freqüentemente, para serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxilio, para que a alma se recupere de certos anganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na Vida Espiritual”. O texto nos leva a admitir que a dor poderá, também, surgir em nossa caminhada evolutiva para nos auxiliar, impedindo o cometimento dos mesmo enganos de vidas anteriores. Não é exatamente uma expiação... Assim entendemos. (Todos os negritos até aqui são nossos).
Diante do estudo feito, ao palestrante cabe a responsabilidade de não semear conceitos duvidosos no seu público, em nome da Doutrina Espírita, confundindo o fato, ou seja, o que realmente é do escopo da filosofia espírita, com a sua opinião a respeito dele. No caso do sofrimento, consideramos de conseqüência desastrosa a análise superficial do sofrimento de cada um. Como afirmamos de início, uma abordagem maniqueísta da dor, ao invés de consolar os ouvintes, estes, ao contrário, sentir-se-ão apontados por um enorme dedo acusador. Irão para seus lares pensando no que fizeram de mal para sofrer o que sofrem, quando deveriam levar a certeza de que o sofrimento é um desafio ao progresso espiritual de todos nós e que não nos falta em momento algum a assistência do Consolador, ajudando-nos a suportá-lo com resignação.
Concluindo, lembramos a advertência que nos faz o confrade e amigo Luiz Signates:
“Ante a dor e a ignorância espiritual, o erro e o desespero humanos, o esclarecimento espírita surge como sol nas trevas da sociedade. É fundamental, por isso, que o espírita se aprimore na condição de comunicador. Ao abraçar a sublime tarefa, converter-se-á em lâmpada viva, constantemente alimentada pelas energias divinas e colocada sempre mais alto pelo conhecimento haurido do estudo”.

Bem-aventurados sejam os puros de coração

Antonio Augusto de Sá Neto



Nos dias de hoje, onde as pessoas priorizam o prazer hedonista e o utilitarismo, as pessoas tem poluído suas mentes com valores de alto grau de malícia e impureza. A escala de valores de tais pessoas é extremamente distorcida e invertida. No caso de tais indivíduos, valores como o sexo desvairado, a posse ostensiva e o prazer do corpo são valores de primazia, sendo totalmente desconsiderados valores como a pureza de coração, a humildade e a boa vontade para com o próximo.
Tais pessoas esquecem que o ser é muito mais valioso do que o ter, que é mera ocorrência transitória dessa encarnação, já que nessa ou noutra vida podemos perder as posses. Esquecem que todos os bens da nossa vida pertencem a Deus, sendo cada um de nós meros administradores dos bens divinos.
É de relevante significação para o homem desse século XXI a metanoia, que é a mudança de consciência para um estado mais avançado, onde o amor ao próximo e a cidadania são expressivos. A metanoia favorece a humanização da criatura humana, capacitando-a a galgar os voos do humanismo, da fraternidade e da auto doação.
Neste alvorecer de milênio, é urgente, até de visceral importância, a criatura humana purificar a sua mente, despojando-a de todo detrito moral e mental disponível. A mente precisa ser disciplinada, sendo inclusive uma necessidade mental a disciplina dessa mesma mente.
Nos dias de hoje, é triste perceber em tantas pessoas a voluntária ignorância no que diz respeito às coisas espirituais. Tais pessoas semeiam um triste futuro, já que as mesmas ao desencarnarem irão topar frente a frente com o mundo espiritual, vendo assim como foram renitentes e teimosos com os ensinamentos da sabedoria divina. Deus que é justo, permite que assim aconteça devido ao fato de que não pode tratar um filho que o desprezou e ignorou da mesma forma de que um que se submeteu humildemente à sua soberana vontade.
Nos dias de hoje a demanda por pessoas de coração puro cresceu de uma maneira expressiva. Há hoje muita carência na criatura humana de receber amor e carinho, sentimentos caracterizados pelos pigmeus morais como pieguices, fraquezas de caráter. As pessoas de alma e coração puro podem fazer enorme diferença nesse mundo, já que nas mesmas o idealismo e a caridade são inevitavelmente mais expressivos, devido à índole das mesmas.
Caro leitor, peço que reflita expressivamente, já que é enorme a leviandade do ser humano hoje com respeito às questões morais. Hoje é enorme o desdém à pureza, à castidade, à instituições como casamento, família, respeito e ética. O resultado de tudo isso? Basta ver a balbúrdia e a desordem que tomaram conta da sociedade nos dias de hoje.
Infelizmente todos esses que agem levianamente e impensadamente terão a consequência dos seus atos, sendo expatriados para planetas inferiores à Terra. Por isso podemos dizer que o bem compensa, não importando o lugar e a época em que seja feito.
Por isso mesmo, peço do fundo do meu coração. Caro leitor amigo e irmão em Deus, procure purificar o teu coração. Não tens noção do bem que isso fará na psicosfera da Terra. Já basta de tanta impureza mental. Fazer o bem, não é uma grandeza moral da criatura humana, é uma obrigação moral para todos.
Que a nossa alma possa ser purificada e que possa brotar dela o mais límpido sentimento de pureza, caridade e amor ao próximo. Que a Paz de Cristo possa reinar no coração do homem.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Perdoa teu próximo como a ti mesmo - Alo-Perdão e Auto-Perdão

Antonio Augusto Neto





  No dia-a-dia das experiências do espírita, seja como espírita, seja como criatura humana, é cada vez convincente a necessidade do perdão para uma vida saudável.
 O perdão é algo que nos liberta das amarras do primitivismo moral, que estipulava a lei do "olho por olho, dente por dente". O perdão nos leva a sermos criaturas mais humanizadas, dulcificando o nosso coração e tornando-nos pessoas sábias, benevolentes e compreensivas. Sem o perdão, nosso coração se endurece e caímos nas baixadas da revolta, dos sentimentos primários, muitas das vezes nos levando a estados doentios de rancor, cólera, ódio e indiferença, que são emoções doentias, lixo emocional.
 O rancor e o ódio denunciam uma alma sem elevação, presa aos interesses materiais, profundamente ignorante das leis que regem a vida e a fomenta. Além disso, é algo que gera um magnetismo pesado, poluindo a psicosfera ambiente e levando ao mal-estar de todos os que se encontram nesse mesmo ambiente.
 A necessidade do perdão é algo que vai bem além da conjuntura meramente emocional. Está comprovado que o perdão liberta a pessoa de problemas mentais, ajuda a evitar neuroses e faz a criatura uma pessoa de convívio mais fácil, favorecendo o aumento do círculo de amigo e a preservação destes.
 Perdoar ao próximo é um ato de extrema caridade para com ele. Perdoar a si mesmo é um caminho de libertação dos erros do passado, libertando pesos e fazendo a criatura continuar sua jornada no curso da evolução, pois sabe que sempre é tempo de recomeçar. Sabe que cada novo momento em nossas vidas pode ser um recomeço.
 Para haver o perdão a si mesmo é preciso o indivíduo buscar ter auto-estima, entender suas limitações e, sobretudo, aceitar-se. Com esses sentimentos o indivíduo pode se considerar capaz de se perdoar.
 Se o mundo conhecesse o perdão e o amor ao próximo, as guerras seriam um capítulo na história da humanidade, existiriam somente nos museus. A caridade e a benevolência teriam extirpado todas as mazelas sociais existentes no nosso mundo, e que tanto o mancham moralmente.
 O ser humano dos dias de hoje está mais que necessitado da libertação pelo perdão e pelo amor ao próximo, homem este destinado à verticalidade da libertação pessoal, homem este que nasceu para ser sábio, benevolente e pleno em todos os sentidos. 
 Que o homem possa fazer o exercício do perdão. A humanidade terrena se beneficiará muito com isso, favorecendo assim uma psicosfera mais saudável.
 Que a Terra de hoje possa caminhar rumo à paz. É tudo o que precisamos. Depende de cada um de nós.

A Sapiência II

Antonio Augusto de Sá Neto



   Esse artigo trata de um outro aspecto da sabedoria, a de sabermos conviver uns com os outros, situação tulmutuada hoje em dia devido ao fato de todos quererem não trocar idéias, mas disputar quem está com toda a razão. Muitas vezes uma conversa que deveria ser um diálogo se torna um monólogo, devido ao fato de o dialogado querer impor sua opinião, seu ponto de vista para o dialogante. Situações como essas fazem parte do cotidiano de muitas famílias modernas.
   A sabedoria mostra que não somos detentores da verdade absoluta sobre nada. Logo, devemos sempre levar em conta o que o outro diz, o argumento do outro para podermos ter uma convivência pacífica.
  O livro "O evangelho segundo o espiritismo possui uma mensagem do Bispo de Argel (Cap. VII, item 12) que afirma: "não podereis ser felizes sem a benevolência mútua", o que demonstra a necessidade de termos misericórdia com o nosso irmão ou parente na hora em que o mesmo estiver em estado de desarmonia.
  A benevolência é uma virtude especial. Promove a paz e edifica a vida onde quer que se manifeste. A benevolência pode criar um estado de ventura para o grupo social que a vive. Sem espírito de serviço e benevolência, jamais poderemos edificar a paz na Terra, já que sem tais virtudes prevalecem a malevolência e o egoísmo.
  O leitor pode questionar: e onde entra a sapiência, a sabedoria em tudo isso?
  A sabedoria exerce um papel fundamental porque ela leva à compreensão, à humildade. Quanto mais sábios ficamos, mais conscientes somos de nossas limitações e das dos outros. Temos a certeza de que não somos detentores da verdade; com isso nos tornamos homens e mulheres mais tolerantes, includentes e compreensivos; tornamo-nos pessoas abertas, libertas de dogmas, preconceitos e tabus. Pessoas que, na hora da dor alheia, terão vontade de ajudar o próximo, libertando-o da situação penosa em que o mesmo, porventura, se encontre. Em outras palavras quem tem as virtudes citadas anteriormente torna-se uma pessoa benevolente e solidária. Daí ressaltar a importância da sabedoria na convivência social.
  Que o homem e a mulher desse terceiro milênio possa se compenetrar da importância desse momento que a Terra está passando, momento de transição de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, e possam se transformarem em cidadãos de bem, pessoas humanizadas, dignas e civilizadas. O ser humano que fizer isso estará fazendo uma grande contrubuição para si mesmo, para o próximo e para o mundo onde vive, promovendo no mesmo o progresso moral, a paz, o amor e fraternidade. Que o homem possa viver essa transformação interior fazendo da Terra um mundo onde a palavra caridade seja uma palavra bastante conjugada. Que possamos fazer da Terra um mundo de paz através da sabedoria.