quinta-feira, 9 de junho de 2011

Setenta vezes sete (a arte do perdão)

Antonio Augusto de Sá Neto




 Jesus em sua doutrina, sempre colocou o perdão como uma virtude essencial para a vida humana. Veremos nesse artigo o porque dessa extrema valorização e priorização do perdão pelo mestre nazareno Jesus Cristo.
 Veremos nesse artigo todos os argumentos favoráveis ao perdão segundo a medicina, o evangelho e a doutrina espírita.

1- A opinião da medicina sobre o perdão

  A medicina atualmente considera o perdão fundamental para a saúde, pois estudos médicos realizados no início da década de 2000 pelo Projeto Stanford para o perdão detectaram que o rancor produz toxinas e várias substâncias nocivas para a saúde, sendo esses compostos nocivos causas de pressão alta, prejuízos ao sistema nervoso, ao coração e à imunidade, além de causar transtornos estomacais (gástricos). O psicólogo Fred Luskin faz uma série de apontamentos sobre os efeitos maléficos do rancor. “O estudo mostrou que o ressentimento pode, a curto prazo, estressar o sistema nervoso”, conclui Luskin.
 Tal conclusão da medicina é bem fundamentada. Desde a mais remota antiguidade se tem percebido como as pessoas que perdoam são mais tranquilas, mais amáveis e principalmente mais espontâneas, leves e felizes. Além disso, desde tempos imemoriais se tem percebido que as pessoas que perdoam com facilidade são sempre dotadas de profunda sabedoria, sendo invariavelmente, profundamente amáveis e sábias. Sócrates, na Grécia já fazia várias citações sobre o efeito do perdão na saúde corporal do homem.
 Há toda uma vasta literatura atualmente sobre o quanto o perdão é benéfico à saúde tanto física como mental, sendo benéfico até para a saúde do organismo social quando praticado coletivamente. Vale citar o livro "O Poder do Perdão", de autoria de Fred Luskin; "Em Busca do Perdão: Descobrindo o Amor" de James Van Praagh; "Quem Ama não Adoece" de Marco Aurélio Dias da Silva, dentre inúmeros outros, todos esses livros são recomendáveis para quem quer entender mais a fundo os efeitos do perdão na saúde e no bem-estar social.
 A conclusão desse item é a seguinte: as pessoas que amam e perdoam possuem um estado de bem-estar e leveza que as pessoas odiosas, belicosas e rancorosas não possuem, já que vivem em um estado de inteira febre e desequilíbrio causados por esses sentimentos tão nocivos à saúde.
 Resumindo: o rancor e o ódio são atentados à saúde! Toda pessoa que quer desfrutar de paz e saúde deve libertar-se de tais sentimentos sem prestar-lhes qualquer consideração.

2- A opinião cristã sobre o perdão

 Jesus, o mestre da galileia, ressaltava o perdão constantemente. Ele o fazia dessa forma devido ao fato de que o não-perdão é a negação da doçura e misericórdia que ele tanto pregava. Sem dúvida também é indício da falta de um coração puro. Jesus, que tanto convidava as pessoas a serem pessoas puras de coração, não poderia jamais esquecer de exortar as pessoas a perdoar. Como se pode concluir além de colocar o perdão como um dos ensinamentos morais, Jesus também o fazia como uma questão de coerência com os demais ensinamentos que ele pregava e, principalmente praticava no dia-a-dia.
 Não foi por outro motivo que Jesus falava que se deve perdoar "setenta vezes sete" vezes, já que a base do cristianismo foi a transformação interior da criatura humana, a humanização, educação e moralização do ser humano. Esse é o objetivo da doutrina que Jesus pregou.
 Precisamos entender que não há coração puro desprovido da capacidade de perdoar, já que o ressentimento e o rancor são máculas, impurezas do coração.

3- O perdão segundo o espiritismo

 A Doutrina Espírita afirma que o perdão é fundamental para a saúde, já que demonstra que o ser humano é um emissor de energias que influencia a si mesmo e o meio à sua volta.
 Essa teoria afirma que o homem de pensamento desequilibrado desarticula o seu corpo físico e espiritual, já que o pensamento negativo e maldoso emite energias destrutivas, vibrações prejudiciais à saúde de qualquer ser vivo, já que desagregam a matéria, sendo o pensamento negativo e maldoso um destruidor do corpo físico. O ódio, o não perdão e o rancor estão dentre as energias de maior poder destrutivo.
 Além do mais deve-se ressaltar que o perdão é fundamental para a libertação da obsessão, seja causada pelo próprio indivíduo, a auto obsessão, como também a obsessão causada por agentes encarnados e desencarnados. Com o perdão e o amor ao próximo, com a evangelização do obsidiado, o obsessor, percebe a recuperação e o crescimento interior do mesmo, passando também a perdoá-lo havendo aí um crescimento de ambas as partes. Com a ausência do perdão, os ódios se eternizariam, em vez de acabar.
 Porém como o espiritismo é evolucionista, afirmando que tudo evolui no universo, há a certeza de que o espírito irá algum dia evoluir moralmente, abrindo-se efetivamente ao perdão.

 Conclusões

  Pode-se ver por aí que o perdão causa benefícios de grande envergadura para a criatura que o pratica, sendo uma condição sine qua non para a criatura que busca a evolução espiritual. O ódio e o rancor são elementos característicos de espíritos atrasados, desprovidos de sentimentos elevados e carentes de ideação superior. O perdão, ao contrário, indica sinal de progresso anterior da alma.
 Que nós, espíritas sinceros, possamos fazer do perdão um exercício espiritual e moral constante em nossas vidas. Jesus, nosso modelo e guia, afirma que devemos perdoar setenta vezes sete, expressão que significa indefinidamente. Que possamos efetivar o perdão em nossos corações.


Muita paz.

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