quarta-feira, 16 de março de 2011

Perdoa teu próximo como a ti mesmo - Alo-Perdão e Auto-Perdão

Antonio Augusto Neto





  No dia-a-dia das experiências do espírita, seja como espírita, seja como criatura humana, é cada vez convincente a necessidade do perdão para uma vida saudável.
 O perdão é algo que nos liberta das amarras do primitivismo moral, que estipulava a lei do "olho por olho, dente por dente". O perdão nos leva a sermos criaturas mais humanizadas, dulcificando o nosso coração e tornando-nos pessoas sábias, benevolentes e compreensivas. Sem o perdão, nosso coração se endurece e caímos nas baixadas da revolta, dos sentimentos primários, muitas das vezes nos levando a estados doentios de rancor, cólera, ódio e indiferença, que são emoções doentias, lixo emocional.
 O rancor e o ódio denunciam uma alma sem elevação, presa aos interesses materiais, profundamente ignorante das leis que regem a vida e a fomenta. Além disso, é algo que gera um magnetismo pesado, poluindo a psicosfera ambiente e levando ao mal-estar de todos os que se encontram nesse mesmo ambiente.
 A necessidade do perdão é algo que vai bem além da conjuntura meramente emocional. Está comprovado que o perdão liberta a pessoa de problemas mentais, ajuda a evitar neuroses e faz a criatura uma pessoa de convívio mais fácil, favorecendo o aumento do círculo de amigo e a preservação destes.
 Perdoar ao próximo é um ato de extrema caridade para com ele. Perdoar a si mesmo é um caminho de libertação dos erros do passado, libertando pesos e fazendo a criatura continuar sua jornada no curso da evolução, pois sabe que sempre é tempo de recomeçar. Sabe que cada novo momento em nossas vidas pode ser um recomeço.
 Para haver o perdão a si mesmo é preciso o indivíduo buscar ter auto-estima, entender suas limitações e, sobretudo, aceitar-se. Com esses sentimentos o indivíduo pode se considerar capaz de se perdoar.
 Se o mundo conhecesse o perdão e o amor ao próximo, as guerras seriam um capítulo na história da humanidade, existiriam somente nos museus. A caridade e a benevolência teriam extirpado todas as mazelas sociais existentes no nosso mundo, e que tanto o mancham moralmente.
 O ser humano dos dias de hoje está mais que necessitado da libertação pelo perdão e pelo amor ao próximo, homem este destinado à verticalidade da libertação pessoal, homem este que nasceu para ser sábio, benevolente e pleno em todos os sentidos. 
 Que o homem possa fazer o exercício do perdão. A humanidade terrena se beneficiará muito com isso, favorecendo assim uma psicosfera mais saudável.
 Que a Terra de hoje possa caminhar rumo à paz. É tudo o que precisamos. Depende de cada um de nós.

A Sapiência II

Antonio Augusto de Sá Neto



   Esse artigo trata de um outro aspecto da sabedoria, a de sabermos conviver uns com os outros, situação tulmutuada hoje em dia devido ao fato de todos quererem não trocar idéias, mas disputar quem está com toda a razão. Muitas vezes uma conversa que deveria ser um diálogo se torna um monólogo, devido ao fato de o dialogado querer impor sua opinião, seu ponto de vista para o dialogante. Situações como essas fazem parte do cotidiano de muitas famílias modernas.
   A sabedoria mostra que não somos detentores da verdade absoluta sobre nada. Logo, devemos sempre levar em conta o que o outro diz, o argumento do outro para podermos ter uma convivência pacífica.
  O livro "O evangelho segundo o espiritismo possui uma mensagem do Bispo de Argel (Cap. VII, item 12) que afirma: "não podereis ser felizes sem a benevolência mútua", o que demonstra a necessidade de termos misericórdia com o nosso irmão ou parente na hora em que o mesmo estiver em estado de desarmonia.
  A benevolência é uma virtude especial. Promove a paz e edifica a vida onde quer que se manifeste. A benevolência pode criar um estado de ventura para o grupo social que a vive. Sem espírito de serviço e benevolência, jamais poderemos edificar a paz na Terra, já que sem tais virtudes prevalecem a malevolência e o egoísmo.
  O leitor pode questionar: e onde entra a sapiência, a sabedoria em tudo isso?
  A sabedoria exerce um papel fundamental porque ela leva à compreensão, à humildade. Quanto mais sábios ficamos, mais conscientes somos de nossas limitações e das dos outros. Temos a certeza de que não somos detentores da verdade; com isso nos tornamos homens e mulheres mais tolerantes, includentes e compreensivos; tornamo-nos pessoas abertas, libertas de dogmas, preconceitos e tabus. Pessoas que, na hora da dor alheia, terão vontade de ajudar o próximo, libertando-o da situação penosa em que o mesmo, porventura, se encontre. Em outras palavras quem tem as virtudes citadas anteriormente torna-se uma pessoa benevolente e solidária. Daí ressaltar a importância da sabedoria na convivência social.
  Que o homem e a mulher desse terceiro milênio possa se compenetrar da importância desse momento que a Terra está passando, momento de transição de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, e possam se transformarem em cidadãos de bem, pessoas humanizadas, dignas e civilizadas. O ser humano que fizer isso estará fazendo uma grande contrubuição para si mesmo, para o próximo e para o mundo onde vive, promovendo no mesmo o progresso moral, a paz, o amor e fraternidade. Que o homem possa viver essa transformação interior fazendo da Terra um mundo onde a palavra caridade seja uma palavra bastante conjugada. Que possamos fazer da Terra um mundo de paz através da sabedoria.